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Reencontro com as Origens...

Este fim-de-semana estive longe do meu lar, mas senti-me quase como se estivesse mais perto de mim mesma. Andei fora a fazer uma escapadinha e por causa de um concerto acabei por ir parar a Guimarães, ao berço da nossa Nação.
Em verdade creio nunca lá ter estado antes apesar de os meus pés parecerem reconhecer aquela terra como sempre lá estivessem. Não dá muito bem para explicar a turbilhão de sensações e emoções que esta cidade me provocou, mas de uma coisa eu tenho a certeza, algo dentro de mim mudou profundamente.
A noite de recepção não poderia ter começado melhor e a cidade disse-me, à sua maneira, para eu me preparar para tudo o que ela me iria mostrar, para preparar o meu corpo físico para deixar a magia entrar em mim.
No sábado bem pela manhã subi à Penha e deixei-me guiar pelas subidas, descidas, desvios, círculos, transversais de caminhos possíveis por aquela terra forte e aromática. Em cada desvio havia uma gruta à nossa espera, mas foi na do Santo Elias que o mais inesperado aconteceu, algo que ainda hoje olhando para as fotos não consigo desvendar. Caminhando o caminho fui sempre encontrando novidades e umas atrás das outras as situações foram acontecendo, todas elas imprimindo em mim uma ligeira mudança de consciência.Na cidade os pés indicavam o caminho como se soubessem onde pretendiam ir e facilmente todos os pontos a ver foram encontrados, por vielas fui encontrando alguns mestres com algumas mensagens, mas a verdadeira descoberta seria feita na Igreja de São Francisco que apenas se encontrava aberta para um casamento. Quando o casamento saiu aproveitámos para entrar por um pouco, o sacristão, um senhor amável, deu-nos ainda um brinde, abriu-nos as portas da sacristia. É impossível descrever a energia daquele lugar, a quantidade de riqueza que ali se encontrava enclausurada, mas o mais estranho foi a fonte de água que ali se encontrava, uma água pura e cristalina que corria para uma concha, não fosse a modernização de lhe colocar uma torneira. O que aqui se passou é pura e simplesmente indescritível.
A noite foi passada nos Passos do Concelho com bons amigos, boa comida, bom vinho e boa conversa.No domingo aproveitámos e fomos ao Paço dos Duques e mais uma vez nos deixámos deslumbrar por tanta força energética e simplicidade ao mesmo tempo. O quarto das armas foi onde mais me senti puxada pelo plexo sacro, algo ali me indicava lembranças remotas de outra vida e outro tempo. Mas o caminho continuou e seguimos para o Campo da Ataca, só em Portugal se poderia encontrar algo assim. Uma fabulosa obra de arte no meio de campos agrícolas, a representar uma das batalhas de que deram origem a Portugal!
Estar no castelo foi uma experiência também única, subir à Torre, que serviu de prisão durante grande parte da nossa história, foi fácil, o difícil foi descer! Mas tudo se consegue.
Este fim-de-semana terminou com um banho purificador nas águas de Peniche, algo que era necessário para poder continuar o caminho, pois as recordações que vieram comigo foram tantas que se não me banhasse jamais conseguiria largar o que vivi.

Num dia de Lua e de Gabriel, de São Praxedes e de São Daniel

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