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A Branca de Neve e os Sete Anões

Todos sabemos que os contos infantis são histórias repletas de ensinamentos iniciáticos que os adultos tentam transmitir de forma simples às crianças, mas e se vos disséssemos que a importância dos contos nem é tanto para as crianças mas sim para os pais que as lêem?
É verdade, as histórias infantis transmitem conhecimento de forma subliminar às crianças, mas a sua verdadeira importância é o despertar dos pais que se dispõem a lê-las aos seus filhos.
Partindo desta perspectiva, também é de conhecimento comum que a Walt Disney tentou durante muito tempo manter esta tradição activa e as suas histórias estão repletas de ensinamentos, facto que a Pixar hoje em dia tenta manter mais do que activo, bastando ver os seus filmes para compreender o que aqui se afirma. Além disso parece que Walt era Maçon.
Mas, por hoje vamo-nos debruçar sobre A Branca de Neve e os Sete Anões, apenas.
Todos já ouvimos falar dos sete chakras principais no corpo do Homem e da importância de os manter em equilíbrio, quer seja para podermos viver mais harmoniosamente quer seja para se realizar magia. Pois então, este é o ensinamento por detrás da Branca de Neve.

Levar-vos-ei a reflectir sobre três perspectivas, as três mulheres presentes, os sete anões enquanto simbologia dos chakras e o papel do cavaleiro enquanto salvador. Espero que gostem e no fim complementem!
São-nos apresentadas três mulheres nesta história, a mãe de Branca de Neve que após o parto morre, Branca de Neve que nasce e a Madrasta que assume o comando na casa. Partindo da personagem principal, a sua Mãe representa o seu Passado, aquilo que ela adquiri através dos laços familiares, os princípios e os ideais de vida, é também o conhecimento que "perdemos" quando descemos a este plano. Enquanto que a Madrasta representa o seu Futuro, aquilo em que ela se poderá transformar. São as três fases da mulher, os três tempos - o passado, o presente e o futuro, a dama, a mãe e a anciã.
Tudo corre bem para Branca de Neve enquanto o espelho vai dizendo à Madrasta que ela é a mais bela do reino, mas um dia o espelho decide dizer-lhe que Branca de Neve é a mais bela. Este pequeno acontecimento é o catalisador de todos os acontecimentos seguintes e, por tal, deve ser analisado mais aprofundadamente. Este momento é o destino de Branca de Neve, é o inevitável que nos acontece, somente para nos colocar no Bom Caminho. Vejamos.
O espelho nada mais é do que a consciência mágica da Madrasta, que à medida que vai vendo Branca de Neve a crescer na sua pureza vai sendo obrigada a constatar a sua fealdade, pois uma das formas de ver quem somos é estando em contacto com opostos a nós, nestas situações a nossa personalidade revela-se e somos obrigados a confrontarmo-nos. Se Branca permanecesse no Castelo ao abrigo de seu pai, jamais se tornaria na Mulher em que se tornou.

A Madrasta decide então mandar matar Branca de Neve e como prova exige o seu coração, o local da pureza, onde reside a Verdade de cada um de nós. Mas o caçador não consegue e abandona Branca de Neve na floresta. Então, cria-se o enquadramento necessário para que a nossa rapariga aprenda quem é e desperte a sua magia. A floresta é u símbolo da nossa vida, o nosso interior mágico.
No meio da floresta é ajudada pelos animais e vai então descobrir os sete anões, ou o mesmo será dizer os seus centros de energia vital.
Cada um dos Anões representa uma funcionalidade do chakras, não entrarei em pormenores para deixar livre a interpretação de cada um, pois a beleza dos contos é que cada um retire a sua aprendizagem. Talvez um dia possamos debater os sete pecados mortais, mas por agora fiquemos pelos chakras.
Quando a Madrasta descobre que a princesa não está morta decide ela própria matá-la. Note-se que nesta altura já Branca de Neve é amiga e conhece muito bem os anões, ou seja, já domina o Sete Mágico. O sete é tamém por excelência o número vibracional da mudança. A Madrasta surge então mascarada, ou desmascarada se preferirem, de bruxa e oferece uma maça envenenada. A maça é símbolo do conhecimento, reparem que é a Madrasta que lhe oferece o conhecimento e lhe proporciona uma morte iniciática. Branca de Neve cai inerte no chão e os Anões chorando a sua má sorte colocam-na num caixão de vidro, para que todos vissem a sua Beleza. O vidro pode ser entendido como algo que nos impede de sair de nós próprios, os outros vêem-nos mas nós não somos livres de os tocar.
Surge então o cavaleiro que ao beijar Branca de Neve lhe devolve a vida, vivendo depois felizes para sempre. O Cavaleiro é sem dúvida a representação do Caminho, ele pode ser comparado à carta 7 do Tarot - O Carro. Um cavaleiro é um símbolo do Fogo ele é acção, representando a conquista que Branca de Neve consegue fazer ao dominar os seus sete centros, a conquista da dualidade dentro de si, da sua liberdade deste plano manifestado.
Como podem ver, esta história está repleta de simbologia e analogias com o caminho da magia, mas a lição importante a retirar é que se não queremos ser a Bruxa Má, deveremos mesmo encontrar e conhecer os nossos sete anões, só assim poderemos realizar uma boa Obra.
Isto numa semana em que estamos a trabalhar a Força, não podia ser melhor.
A escolha desta história é por ter sido o primeiro filme que eu vi na minha vida no cinema, ainda me lembro bem, domingo lá foram as meninas com o papá ao Piolho (rico nome para um cineteatro, não?). E vós, qual foi o conto ou história que acompanhou a vossa infância? Qual delas mais gostam? Já pensaram nisso e analisaram? Fica lançado o desafio!

Num dia de Santa Inês, São Frutuoso e de Rafael, Regente da Energia de Mercúrio

Comentários

  1. Shin
    sempre acreditei que as histórias infantis tinham um ensinamento enorme o Walt se era maçon para mim é novidade mas não me espanta dado ao conteudo dos seus filmes.
    É engano meu ou já tinhas feito um post sobre esta história, dá-me a sensação que esta estará um pouco mais desenvolvida.
    Como sempre uma bela reflexão

    Um abraço de alma
    Salamandra

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  2. Olá Shin Tau

    Uma nova e interessante prespectiva da história, muito mais completa do que a habitual mensagem de que o bem é sempre compensado e o mal sempre castigado.
    Quanto ao juizo final egipcio só lhe direi que tudo o que vem do coração é etéreo está relacionado com o outro plano. Tudo o que vem da razão é material(está relacionado com este plano), logo se seguirmos a vida pelo coração ele continuará apesar de tudo mais leve que a razão e nós entraremos no paraiso.

    Saudações

    O Viajante

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  3. Viva minha querida e profunda Shin

    Só tu para veres nos anões mineiros, os sete chakras...Que me dizes do gago?Dunga é o único que além de não ter barba, também não fala.Sempre me marcou esse sacana do anão.
    Acompanho-te nas tuas interpretações, mas faço uma leitura diferente da figura da bruxa.Vejo na mãe da Branca de Neve a espiritualidade, a escolha que fazemos ao descer.Aliás, quando ela se pica, formula o desejo de como gostaria que a filha fosse.
    A bruxa é a madrasta, ou seja, uma segunda mãe mas que não é a verdadeira apenas uma substituta.Para mim a bruxa representa a vida terrena.
    O espelho é precisamente o conflito latente em cada um de nós, o reflexo daquilo que somos, seres duais, parte espirito, parte matéria. Tens uma espelho com o poder de dizer a verdade sobre todas as coisas. Perguntas-lhe quem é a mais Bela? Não! Mas essa era a pergunta da Bruxa, ela no fundo queria ser Bonita, a mais Bonita.Ainda ano outro dia desabafavas acerca do teu acesso na escola devido a divergências profissionais.É claro que viver aqui nem sempre é bonito e nós nem sempre somos bonitos.Mas gostávamos de conciliar.Ter muito dinheiro por exemplo mas não ter dilemas morais com isso.Portanto acho que a bruxa é a parte material da Branca de Neve espiritual.
    Gostei muito que te tivesses detido sobre este conto.O meu favorito é o Capuchinho Vermelho...Que diz isso de mim, Shin? lol
    beijos keep up the Lord work

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  4. Olá maravilhosa IdoMind,

    o dunga (lol só tu) pode representar talvez o chakra menos desenvolvido, aquele onde precisas de trabalhar melhor. Não sei, sinceramente.

    Adoro essa perspectiva sobre a mãe e a madrasta, alarga a história para todo o percurso espiritual e não apenas para o da magia. Contudo, essa perspectiva faria mudar a simbologia dos outros pontos ou não?

    Ai ai ... o Capuchino vermelho!!! Xiça.... estou a brincar...não tive tempo de pensar sobre isso, mas prometo que o farei, sairá uma partiha dedicada a ti e ao capuchinho vermelho. Para dar só uma lasca poderei dizer que acho que tem a ver com a necessidade de sairmos do caminho que todos nos forçam a fazer e correr perigos!!! Viver!!!

    Please don't hit me I love you!

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  5. Adorei esta interpretação. Muito interessante, mesmo muito.

    É bom aprender contigo!
    Podes contar mais histórias, pois irei "bebê-las" como quem bebe um licor raro.

    O primeiro filme que vi no cinema foi o "Papuça e Dentuça"...

    Gostaste da minha roupa estendida? As minhas vizinhas também! Dizem que estendo bem a roupa! ehehehehh
    A foto é do meu estendal, mesmo.

    Tirei-a para um post antigo: http://casaclaridade.blogspot.com/2008/04/roupa-estendida-de-dia.html

    Beijinhos!

    ResponderEliminar
  6. Meu Deus elas são mesmo vulcânicas

    Saudações

    O viajante

    ResponderEliminar
  7. Hello Shin,

    Não acho que a interpretação que faço da bruxa altere a simbologia do conto conforme partilhaste connosco.O que acho é, que se o Walt era mesmo maçon e isso não é uma difamação tua(lol)provavelmente o Príncipe representa Jesus.." eu sou o Caminho e a Vida.."

    Ficarei a aguardar ansiosa o post sobre o Capuchinho Vermelho!

    beijos Shin do meu coração

    ResponderEliminar
  8. Só sei que a carinha da bruxa é bastante parecida com uma apresentadora dos programas na TV das tardes brasileiras.
    Penso que esta bruxa sozia da Sonia Abramo da redetv...com todo respeito.

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