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As relações

A querida amiga Marise Catrine perguntou na reflexão da semana como poderia "retirar" da sua vida alguém mas de quem não se consegue libertar. São as dependências energéticas que criamos, as amarras que ganhamos a este Plano, mas nada que uma meditação não resolva, clica aqui.

Ora, pois bem, por ser de facto um dos maiores dilemas do Peregrino, as relações, decidi abrir o tema ao debate.

É preciso colocar de lado questões obtusas, que não entram se quer em linha de conta, argumentos caducos das vezes que foram utilizados, é preciso colocar uns óculos novos e dar uma hipótese ao que vão ler.
Todos precisam de pessoas na sua vida, é certo, e isso nem entra na equação, mas a qualidade da relação é aquilo que conta, ter amigos, marido, filhos, apenas para não nos sentirmos sós, será uma razão como outra qualquer, porém se calhar não é aquela que mais luz emana.
O que nos leva ao ponto da questão. Todas as relações que estabelecemos com o exterior são de puro interesse. Eu tenho alguém como amigo por ele ter gostos parecidos comigo, logo para poder falar com alguém sobre isso, ou pelo contrário para poder aprender com ele. Tenho amigos no ginásio, para não me sentir só quando lá vou, tenho amigos no trabalho para não almoçar sozinha, tenho um filho para me tornar imortal, tenho um marido para ser como todas as outras mulheres....e por aí fora. Será que não é possível ter uma relação sem que ela tenha uma segunda intenção? Sim, claro que é, mas essas são raras, essas são aquelas que eu vejo como relações antigas, já vêm de há muito tempo, aquelas que existem livres para serem apenas desfrutadas, mas mesmo essas existem para nos dar prazer ;)
Será que é assim que queremos que a nossa vida seja? Com interesses escondidos? Não, certo!

Então vamos lá fazer um exercício de libertação dessas relações todas que mantemos, pois elas agarram-nos a este plano e acabamos por entrar em esquemas energéticos que nem sempre são o que queremos.
Há quase um ano atrás estava eu a fazer uma longa dissertação sobre O Caminho e o Desapego, para quem estiver interessado, clique aqui também está lá o exercício de libertação das relações de dependência.
Agora aguardo as vossas anotações, mesmo que elas sejam contrárias à minha. Só peço que pensem mesmo no assunto, que deixem essa hipótese entrar dentro de vós e, apenas se ela não fizer sentido lá dentro, a deitem fora. Estamos em tempos de começar a mudar a nossa forma de pensar e de agir, compreender que tipo de relações temos com o exterior é meio caminho andado para compreender as limitações do nosso Caminho.
Beijinhos encantados

Comentários

  1. Hummm tema ao jeitinho da IdoMind: bombástico!

    Caminhar nem sempre é fácil.Escolher os parceiros da Viagem, pior ainda. Porquê? Porquê a dificuldade em escolhermos quem queremos ou não na nossa vida?

    As minhas conclusões, cimentadas por noites e noites de insónia e observação do mundo ao meu redor, são as seguintes:

    a) Porque somos tendencialmente bons, sempre que sentimos que estamos ou vamos fazer "mal" preferimos não o sentir e não o fazer.Mantemos, assim, situações que nada de positivo trazem a ninguém em nome de estar a fazer o bem, porque achamos que é "melhor".

    Ora, o erro de base está, como é evidente, nas nossas considerações acerca do que é "bom" e "mau", "certo" e "errado".
    Estes conceitos, na realidade não existem. São parâmetros que nós definimos para nos experienciarmos no mundo da matéria. Mas tais julgamentos são alheios ao espirito. A alma apenas quer experimentar materialmente aquilo que já sabe conceptualmente.

    "Quando compreendermos que Hitler está no céu, compreenderemos tudo".

    Está tudo em aceitar que cada Caminho é único, logo as escolhas são também únicas.
    Bom para uns, mau para outros.
    Que ninguém condene o caminho de ninguém. Que ninguém aponte o dedo à escolha dos outros porque ninguém sabe a que se propôs aquela alma.Está tudo previsto.

    b)Segunda Conclusão: como não gostamos de nós, precisamos que os outros gostem.Por isso fazemos as maiores idiotices, os maiores sacrificios, os maiores fretes...
    Ninguém é dependente sozinho.Ninguém é vitima sozinho.Ninguém é "mau" sozinho". Do outro lado da chamada há sempre alguém que atende o telefone.Porque também precisa de ser ouvido, porque também precisa que precisem dele.
    Estas relações devem ser cuidadosamente avaliadas..Mas cada um sabe de si.

    Quanto a mim, bom tu sabes...não deixo nada por dizer e só estou com quem quero.Certo ou errado? Não me interessa.Importa-me apenas ser absolutamente fiel ao que me diz a minha voz interior mesmo que ela me diga coisas dificieis de fazer, como acabar com uma relaçõa que me faz mal...ou ser dura com alguém a fim de melhorar essa relação.

    GRAAAANDE Comentário.Só para variar...
    Muito ainda há para dizer, mas já estou escrevi tanto sobre isto.É realmente importante de uma vez por todas entendermos quem somos e quem queremos ser.

    Mil Beijos com todo o meu amor e vou cometer aqui uma inconfidência para quem ler perceber: de todas as vezes que me senti abandonada por ti, em momentos cruciais da minha vida, reconheci depois a tua sabedoria...além de que foram compensados por outros em que me enxugaste as lágrimas e falaste mal do meu cabelo...amo-te

    IdoMind

    ResponderEliminar
  2. My dear friend,

    Obrigada pelas palavras, fico satisfeita por a minha dúvida ter seguido este caminho pois dá-me a oportunidade de aprender um pouco mais com os outros.
    Ainda sou uma principiante nas meditações mas vou tentar seguir a que é proposta em "O Caminho e o Desapego".
    Há aqui dois apontamentos que me deram que pensar até decidir deixar estas palavras.
    As tuas palavras, my friend, quando referencias o interesse que é colocado nas relações; e as de IdoMind quando escreve sobre o quanto não gostarmos de nós nos pode levar a precisar demasiado da aprovação dos outros.
    Chego à conclusão que não fujo à regra e que algumas relações vividas me prejudicam (ou prejudicaram) por força destes elementos. Envergonho-me por um lado, pois já teria idade e maturidade para ultrapassar obstáculos como estes. Por outro, sinto-me feliz pois percebo assim que já tenho de facto algumas relações livres.
    Há que aprender a aproveitar as energias positivas e livrarmo-nos daquilo que nos faz mal a nós e aos outros (se bem que daí advenham alguns ensinamentos de quando em vez). Começo a compreender que tudo passa por um auto-conhecimento muito grande. Tenho muito que aprender.

    Obrigada pelas partilhas.

    Beijos doces.

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  3. IdoMind,

    Concordo com tudo o que dizes. A verdade é que só cada um sbae do seu caminho, eu aquilo que quis despertar com esta partilha é que não há nada de errado em ter um filho pelo simples desejo de imortalidade, se isso for assumido e consciente. O importante é sabermos o como e o porquê das relações, para as podermos viver livremente, sejam elas quais for.

    Marise,

    "Chego à conclusão que não fujo à regra e que algumas relações vividas me prejudicam (ou prejudicaram) por força destes elementos." Eu também :), estamos sempre numa roda de viver e aprender e quem não se engana não está a viver, creio eu. O importante é sermos exigentes e não vacilarmos na nossa intenção, ao mesmo tempo que compreendemos que tudo acontece como tem de acontecer, não há erros no Cosmo e como bem dizes advém muitos ensinamentos dessas relações, mas apenas para quem tem consciência de que isto é uma aprendizagem constante, um relembrar constante, só assim se aprende.
    Eu é que agradeço pois deste oportunidade a uma boa conversa ;)

    Beijos às duas

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  4. Antes de Mais queria saudar a Shin Tau por esta iniciativa que penso eu vai dar “pano para mangas” Depois o teor do post da Shin Tau que trata um assunto extremamente serio e até fracturante como de uma sensibilidade, aceitação e tolerancia dignas de uma alma elevada.
    À Marise Catrine gostaria de lhe dizer que o Caminho é isso mesmo aprendizagem , portanto junte-se ao grupo dos peregrinos e estudantes.
    Agora a outra “ Mecinha” que se importa. De facto o coração transforma a escrita. Estamos perante a prova de como se pode falar das nossas imperfeições e das dos outros, alguns deles que até nos acabaram por nos magoar, sem termos sentimentos negativos para com eles. Esqueceu-se de deixar uma linha por baixo do comentário para eu assinar. Profundo honesto e na minha opinião muito correcto (a do Hitler foi mais dificil mas ok eu compro essa).
    Mas afinal porquê as relações entre as pessoas são sempre complicadas eu diria sempre com alguma disfuncionalidade?
    Concordo com a Shin Tau que existe sempre algum interesse por detras de um relacionamento. Quando consideramos alguém amigo, imediatamente o cercamos com um conjunto de expectativas que segundo nós definem o amigo. Quando ele não cumpre essas espectativas nos ficamos desiludidos. A diferença entre amigo(a), namorado(a) e esposo(a) está apenas nas expectativas que cada um dos membros coloca ne relação.
    Porque é dificil nos relacionarmos neste plano? Talvez porque não somos perfeitos e sobretudo porque temos medo.
    Saudações

    O Viajante

    ResponderEliminar
  5. Uma amiga enviou-me esteexcelente texto do astrólogo Nuno Michaels por mail e achei pertinente colocá-lo aqui para que todos possam usufrir de tão boa reflexão.

    "Relacionamentos, Solidão e Equívocos
    por Nuno Michaels

    Há dois ou três dias, alguém me perguntou “o que é que se passa com as relações (amorosas) entre as pessoas, que estão todas a acabar? Está toda a gente a discutir, a separar-se, ninguém está feliz…”

    A resposta, se é que alguém pode ter uma resposta, é que os relacionamentos não existem para as pessoas serem felizes. Os relacionamentos existem para as pessoas aprenderem grandes lições sobre si próprias, sobre a vida, sobre os valores fundamentais da existência. Como já aqui escrevi uma vez, nós aprendemos a dois aquilo que serve o propósito individual de cada um.

    A verdade é que nós nascemos sozinhos e a solidão é a nossa condição natural. Antes de aceitarmos até às últimas consequências a nossa condição de seres solitários, não temos como estabelecer relações reais com os outros. Alguém escreveu que “o homem morre como nasce: careca, sem dentes e sem ilusões”. Eu acrescento: e sozinho. O homem nasce e morre sozinho.

    Mas nós queremos fugir da solidão, em vez de a atravessar. Se ao menos pudéssemos aceitar, abençoar, essa solidão, ela deixaria de ser uma dor. Passaria a ser uma conquista da nossa consciência. E só a partir dessa consciência poderemos ter relações saudáveis uns com os outros, simplesmente porque já não iremos aos relacionamentos para pedir, mas para dar. E essa é a lei do amor humano: amar é dar, é partilhar, é transbordar. Não é pedir, precisar, depender, sentir falta. Não é estabelecer acordos de vampiros (”eu mordo no teu pescoço e tu mordes no meu”), para preenchermos um vazio que vivemos como uma carência.



    Por isso nas relações pessoais podemos viver numa de duas posturas: ou somos mendigos, ou imperadores. Quem não atravessa a solidão só pode viver como um mendigo, exigindo atenção, amor, cuidados, cobrando a presença do outro. Orbitando em redor de alguém. Vivendo relacionamentos pouco saudáveis, pouco livres, ou que pouco lhe devolvem de si próprio - mas que são o preço a pagar para ter alguém do seu lado, o preço a pagar para não se estar só.

    Astrologicamente, essa dependência é simbolizada pela Lua. A Lua é um corpo morto, não tem luz própria, não emana nada. Apenas espelha e recebe a luz do Sol. A Lua é satélite da Terra, tal como nós somos satélites daqueles de quem dependemos. Ser dependente é estar lunarizado, é orbitar em redor de alguém que julgamos nos irá fazer felizes. E só há uma única fase na vida humana em que é suposto estarmos lunarizados, que é a infância - em que dependemos de alguém maior, mais forte, mais apto do que nós para sobreviver (a mãe, ou quem a substituiu).

    Mas se carregamos essa dependência emocional imatura e irresponsável pela vida fora, projectando-a para cima de quem julgamos amar, a vida conduz-nos a experiências de sofrimento, de perda, de rupturas amorosas. E é tão-só o Universo, programado que está para a evolução, dizendo-nos

    “não podes depender de ninguém, e sempre que o fizeres vais ser recordado, pela dor, que não deves viver como um mendigo, mas como um imperador. Dá o teu melhor aos outros sem depender deles para te sentires alimentado. A tua dádiva é a tua maior riqueza; a tua carência, a causa do teu maior sofrimento”.

    E só assim podemos aprender.
    Nuno Michaels"

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