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Espiritualismo

Fobia by ~Antonina~

Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo dum pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas vagamente…

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?

Mas na imensa extensão onde se esconde
O inconsciente imortal só me responde
Um bramido, um queixume e nada mais.

Antero de Quental

Na primeira hora de Marte do dia de Vénus, Nossa Senhora do Carmo, S. Sisenando

Comentários

  1. É sempre junto ao mar...
    Tanto que até vim trabalhar quase para cima dele, literalmente.

    Belíssimo o poema.
    A foto...perturbadora.
    A posição na cadeira, dos pés, a fisionomia dela, perturbam

    Nice post, storm ahead?
    bjs

    ResponderEliminar
  2. Bela associação entre imagem e palavras...

    Concordo com a Ido. Foto muito perturbadora; aqueles pés...

    Gosto do poema: muito ao gosto do Romântico torturado... e depois é a mim que chamam de Vitoriana! :)

    :*

    ResponderEliminar
  3. Sis

    no storm ahead! Calm waves...
    Achei que a foto era excelente para este post...e tu deverias sabê-lo bem! A fobia do espiritualismo...é sobre isto que hoje penso!

    Beijocas

    ResponderEliminar
  4. Sheela

    romântico torturado lolol sempre tive uma veia romântica torturada lolol mas não sou de todo vitoriana, aliás já te disse que nem acho muita graça a esses tempos ;)

    o que tanto vos perturba nos pés???

    A mim perturba-me a posição na cadeira, parece que está presa a ela, com os antebraços apoiados mas o traseiro quase todo para fora...
    querer sair e não conseguir...

    Antero é aquela coisa linda ;)

    ResponderEliminar

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